Olá amigos!
Volto a escrever sobre o baseball em Portugal. E, o que é que há para escrever sobre isso, perguntam vocês. De facto hoje em dia não há muito, mas não é assim com todas as modalidades!?
Enquanto esperamos para saber quando é que teremos de novo jogos em Portugal, podemos falar sobre um dos temas, de que mais ouço falar por entre dirigentes e treinadores das equipas - formação.
Uma palavra tão pequena, e tão grande ao mesmo tempo.
Por entre as equipas que competiram nas últimas três edições do CNB (Circuito Nacional de Basebol), posso dizer, sem receio de falhar, que a idade média dos jogadores presentes na competição estará entre os 30 e os 35 anos. Velhos? Claro que não! Jovens? Claro que não, também!
Assim, é natural, que a 'formação' seja falada por entre as gentes do baseball português. Todos têm o desejo de que haja mais jogadores, mais jovens e mais jogadores jovens. Mas a questão é, como conseguir ter jovens jogadores que abracem a modalidade, e se dediquem a progredir, como o baseball exige.
As equipas do CNB estão claramente a falhar nesse objectivo. Continuam a actuar separadas, a tentar dominar os seus 'nichos' de actividade, seja geográfica ou cultural. Atrevo-me a dizer que estão satisfeitas com o que têm,, mas não as censuro, ao menos têm jogadores, o que já por si é uma conquista.
Então, e como é que se passa da vontade de ter escalões de formação, para a realidade?
Como podem as equipas ajudar a pôr o baseball no mapa do desporto em Portugal, em especial no desporto jovem? Eu acredito que podem dar um grande contributo, mas este ,é apenas alcançável com grande sacrifício e dedicação.
Não chega chorar e dizer que ninguém quer saber de nós, porque nós queremos saber! Precisamos de em primeiro lugar separar o trigo do joio, pois há quem diz que quer ter escalões de formação, e quem diz e sente real motivação para ter! Sabemos que existem por aí equipas, como o caso dos White Sharks e dos Salesianos de Lisboa (Crushers) que têm conseguido desenvolver projectos bem sucedidos, o primeiro no baseball e o segundo no softball.
Como é natural, quem já está a fazer alguma coisa no campo da formação, e quem já tentou, tem muito para contar e ensinar a quem quiser ouvir. O desafio é enorme! O baseball e softball existem, mas para o nosso público alvo (juventude, de ambos os géneros), parece que é apenas fruto de argumentos cinematográficos. Temos que fazer algo para mudar esta realidade. A experiência é útil e deve ser partilhada.
Para quem me lê, deixo aqui três linhas de acção que podem contribuir no objectivo global de desenvolver escalões de formação::
Realizar encontros nacionais e regionais, entre os que já conduzem projectos de formação e outros interessados em desenvolver baseball e softball para as camadas jovens, nos seus clubes ou associações.. Desses encontros, criar um manual de boas práticas e uma rede de contactos, que permita manter esses projectos vivos, com a realização de encontros e aconselhamentos, regulares.
Envolver os clubes participantes no CNB com as camadas jovens, permitindo aos novos atletas identificarem-se com a competição sénior. Este factor torna-se mais relevante ao longo do tempo, quando começar a existir um histórico de progressão entre escalões etários dos atletas.
Não esquecer, baseball e softball, é um desporto de familial! Para a formação existem duas entidades muito importantes, os atletas e os seus familiares. Ambos devem de ser cativados e atraídos para a modalidade, envolvendo-os na cultura e história, desta modalidade tão rica.
Estou a dizer algo de novo? Não, apenas estou a escreve-lo, pois não é mais do que uma opinião, fruto da minha vivência e conhecimento. Certamente não é estanque ou imutável, continuará a ser moldada pelas gentes do baseball em Portugal, com as quais vou contactando. Vamos começar a fazer algo por isto?
Ricardo Martins
PT Baseball
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