Princípio de incerteza e resiliência
Toda a gente sabe que vivemos tempos excecionais em que o princípio da incerteza impera. No entanto, as equipas de basebol em Portugal têm demonstrado resiliência suficiente para enfrentar todas as adversidades.
De facto, a época tinha começado bem com uma reunião geral das equipas para combinar atempadamente os termos do Circuito Nacional de Basebol. A reunião foi participada e contou com o espírito construtivo das equipas presentes para acomodar um calendário que a todos satisfizesse, com especial atenção da federação para as apoiar/integrar as necessidades das equipas mais recentes na competição, minorar a taxa de esforço em termos logísticos, uniformizar aspetos pertinentes do modelo de arbitragem adotado e, ainda, investir na formação sustentada, com um calendário extra de Basebol5.
Tudo certo, estavam reunidas as condições para as equipas se concentrarem no essencial – Play Ball.
Quando se imiscuiu na atualidade o princípio da incerteza – a Covid 19, que virou certeza… Termos todos de ficar em casa. Agora, paradoxalmente, com o regresso progressivo à vida (a)normal, volta o princípio da incerteza sobre a concretização da época, e a ser realidade, a reformulação das datas dos torneios. Valerá a pena? É certeza? E se formos atacados com uma segunda vaga? Uma única certeza, a do confinamento geral, outra vez. Pelo que, a única certeza neste momento é convivermos durante (muito?) mais tempo com a incerteza.
Ora, vejamos, já não será assim, com ou sem Covid? De facto, quem está no basebol, sabe que o princípio da incerteza faz parte, e só pode ser mitigado com o princípio de resiliência.
Dobrar, mas não quebrar, antes ressurgir – não será essa a verdade do Desporto? Além da frequência irregular dos treinos, dos caprichos da meteorologia, da ignorância das entidades, da falta de adaptação dos recintos desportivos, da heterogeneidade das competências técnicas dos jogadores, este novo princípio de incerteza – Covid 19 - é mais um a integrar a uma longa lista.
E se pensarmos bem, dentro das contingências todas a que devemos fazer face, conseguir o número mágico de jogadores para fechar o lineup, integrar/formar intensivamente os recém-chegados, adquirir equipamento, restabelecer dinâmicas de equipa no espaço de três meses, etc., esta, pondo à prova a nossa resiliência, tem-nos aqui para ser superada.
Com ou sem covid, num dos concelhos mais afetados, este está a ser um stress test para cada jogador e a equipa, mas estou grato porque face a esta adversidade, o nosso espírito de equipa não dobrou: mantemos uma boa comunicação com pequenos vídeos de treinos individuais, exercício físico domiciliar para manutenção, visionamento e comentário de jogadas, e uma severa e incontornável vontade de regressar aos treinos para construirmos uma equipa vencedora, a crescer no contacto com a bola.
E se a pandemia deixar começar o Circuito, ter-nos-á tirado alguns treinos, é certo, tal como a chuva intensa dos boletins meteorológicos, mas mais nada.
Aliás, estou certo do contrário, fez crescer e consolidar o espírito dos Highlanders para ser uma equipa ganhadora.
Paulo Pereira (Coordenador)
FCR Highlanders Basebol Gondomar.
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